Sua Santidade, Netanyahu estava certo – Jesus falava hebraico!

"Duccio di Buoninsegna 036" by Duccio - The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH.. Licensed under Public domain via Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Duccio_di_Buoninsegna_036.jpg#mediaviewer/File:Duccio_di_Buoninsegna_036.jpg

“Duccio di Buoninsegna 036” by Duccio

O recente tet à tet entre o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e o Papa Francisco criou a excitante blogosfera. Embora sua conversa fosse amigável, a correção do primeiro-ministro ao santo padre trouxe a público um assunto mais tratado nos Arcanos salões de deliberação acadêmica.

Que língua Jesus falava?

Suas diferenças de opinião refletem as mudanças que ocorrem entre os estudiosos, mas que ainda tem que caminhar na direção da compreensão popular. A partir de meados do século XIX, uma noção equivocada se espalhou e de uma maneira geral continuou a dominar as opiniões acadêmica e popular.

Hoje muitos ainda supõem que no primeiro século D.C. o Hebraico era uma língua morta, ou que só existia entre poucas pessoas altamente educadas – não muito diferente do Latin Medieval.

Como consequência é comum pensar que Jesus só sabia Aramaico.

Contudo, os resultados de um século de evidências arqueológicas desafiaram esta suposição e trouxeram uma mudança radical da compreensão sobre o ambiente linguístico na Judeia do primeiro século.

As evidências de inscrições e literárias refletem uma realidade não muito diferente da que encontramos nos Manuscritos do Mar Morto. Dos 700 textos não bíblicos da biblioteca de Qumran 120 estão em Aramaico e 28 em Grego, enquanto 550 rolos foram escritos em Hebraico.

Jesus viveu numa terra trilíngue na qual o Hebraico e o Aramaico eram amplamente usados. Um retardatário relativo, o Grego foi introduzido no século IV A.C . com a chegada de Alexandre, o Grande e seus sucessores Helenísticos.

Até o século I D.C. o Aramaico serviu como a língua do Oriente Próximo, e há pouca dúvida de que Jesus conhecia e falava Aramaico. Hebraico, por outro lado, era de uso mais limitado como a língua usada pelo povo Judeu.

O Novo Testamento apresenta Jesus como conhecedor do Hebraico falado e escrito.

Ele é retratado lendo e ensinando da Bíblia, e há indicações claras nesses relatos que ele usou as Escrituras Hebraicas. Nisso, ele não estava sozinho. Não se tem um único exemplo de um professor Judeu do primeiro século na terra de Israel ensinando a partir de qualquer outra versão das escrituras que não a Hebraica.

Além disso, Jesus é frequentemente descrito falando em parábolas. Estas foram comunicadas por via oral em cenários populares, não acadêmicos. Elas estavam também em Hebraico. Fora dos Evangelhos, histórias em parábolas do tipo associado a Jesus são encontradas somente na literatura rabínica, e sem exceção todas elas estão em Hebraico. Não temos uma única parábola em Aramaico, assim, parece que de acordo com o costume Judaico não se contava parábolas em Aramaico. Sugerir que Jesus contou suas parábolas em Aramaico é ignorar evidências esmagadoras do contrário.

Velhas ideias dificilmente morrem, e parece que este também seja o caso sobre as línguas de Jesus. Por que os estudiosos e outros continuam a acreditar que Hebraico não era a língua materna de Jesus é outra questão, mas não é por falta de provas.


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Autor: R. teven Notley,  Ph.D. (Universidade Hebraica) é Distinto Professor de Novo Testamento e Origens Cristãs e Diretor de Programas de Pós-Graduação em  Judaísmo Antigo e Origens Cristãs no Campus da Cidade de  Nova York do Nyack College.


Fonte:  http://mosaicmagazine.com/picks/2014/05/judean-lingo/

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